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História

Lendas de Faro

A LENDA DA MOURA ENCANTADA NAS MURALHAS DE FARO

Em 1249, após um longo cerco à cidade, o Rei Dom Afonso III conquistou finalmente Faro aos Mouros. Conta a lenda que entre as tropas cristãs se encontrava um jovem cavaleiro que, um belo dia, viu a passear pelo caminho de ronda do castelo uma bela princesa moura, por quem logo se apaixonou. Começou então fazer a corte à linda moura, que era filha do governador, e esta retribuiu-lhe o seu afeto.

Um dia, por intermédio de um escravo que falava ambas as línguas, o casal de namorados combinou um encontro. Nessa noite, o escravo abriria a porta onde hoje se encontra a ermida da Senhora do Repouso, para que o cavaleiro pudesse visitar a sua amada. Contudo, antes de partir, este pediu aos seus companheiros que, caso fosse feito prisioneiro pelos mouros, no dia em que as tropas cristãs tomassem finalmente a cidade, ninguém deveria fazer mal à sua amada. E foi assim que os dois apaixonados conseguiram finalmente encontrar-se, jurando entre si amor eterno. Acontece que, à despedida, abriram a porta do castelo e de imediato as tropas cristãs, que esperavam pela oportunidade, forçaram a entrada na cidade. Imediatamente os mouros fizeram soar o alarme e tomaram posição defensiva. Alarmado, o cavaleiro pegou na princesa e no pequeno irmão que a acompanhava, e tentou sair do castelo para colocá-los a salvo. Nesse preciso momento, o rei Mouro viu que a filha abandonava a cidade nos braços de um cristão. Pensando que esta havia traído o seu povo e a sua religião, amaldiçoou-a, lançando-lhe um encantamento tão poderoso que, quando o jovem cavaleiro transpôs a porta da Senhora do Repouso, a moura e o seu irmão desapareceram, ficando apenas as suas roupas. Reza a lenda que, tantos séculos depois, a infeliz princesa ainda continua ali encantada, vagueando pelas muralhas do castelo, à espera de um milagre que quebre finalmente o encanto.

Segundo uma outra tradição oral, a tomada da cidade só foi possível porque uma princesa moura confidenciou ao cavaleiro português, por quem se havia apaixonado, o segredo para entrar no castelo. De acordo com esta lenda, após a conquista da cidade ao mouros, a princesa ter-se-á suicidado numa nora situada na antiga horta do Ferragial.

A LENDA DO MOURINHO ENCANTADO NO ARCO DO REPOUSO

Ninguém sabe ao certo, mas é possível que a misteriosa criança a que se refere esta lenda seja o irmão da princesa moura encantada nas muralhas de Faro.

Conta o povo, que uma criança de aspeto mourisco aparecia por vezes na cidade velha e convidava os transeuntes a entrar no seu palácio, que ficava por debaixo da Ermida de Nossa Senhora do Repouso. Algumas pessoas aproximavam-se, mas logo que as portas se abriam perdiam a coragem e desistiam, outros, mais atrevidos, acompanham o mourinho e entravam pela porta, seguindo depois por um corredor subterrâneo até chegarem finalmente a um palácio encantado, revestido de ouro e preciosidades. O rapaz convidava-os então a levar o que quisessem. Alguns contentavam-se apenas com uma mão cheia de moedas de ouro, mas outros traziam jóias e até barras do metal precioso. No entanto, quem ali entrava, já não voltava a ser convidado outra vez.

A LENDA DOS ALOENDROS

Curiosamente, existe uma outra lenda relacionada com a tomada da cidade de Faro que oferece uma imagem um pouco diferente dos acontecimentos. Conta-se que na campanha militar que resultou na conquista definitiva do Algarve em 1249, o Rei Afonso III foi acompanhado pelo seu amigo D. João Peres de Aboim, um brioso cavaleiro de bom coração. Ora um certa noite, quando as tropas cristãs montavam cerco à cidade de Faro (então chamada Harume), estava D. João de vigília, quando escutou um barulho suspeito num arbustos próximos do acampamento. Logo foi apurar o que se passava e, com surpresa, encontrou escondida uma jovem moura, vestida como se fosse um rapaz.

– Quem és tu? O que fazes aqui? Perguntou o cavaleiro português.

– Vim para falar com o Rei Afonso, queria pedir-lhe misericórdia para o meu povo.

– Como te chamas? Perguntou D. João Peres de Aboim.

– Alandra! Respondeu a jovem moura.

O cavaleiro cristão imediatamente reconheceu o seu nome. Era a filha do príncipe de Harume, governador da cidade. Conduziu-a então até ao acampamento e, quando entraram na sua tenda, a princesa diz-lhe:

– Por favor D. João, ajudai-me a salvar as mulheres e as crianças da cidade. Desde a tomada de Xelbe (Silves) que vivemos aterrorizados com o que possa suceder.

– Não te preocupes, eu vou ajudar-te. Nada de mal vos acontecerá.

Encantado com a beleza e a força de caráter da jovem princesa moura, o nobre cavaleiro português pediu ao Rei de Dom Afonso III que reunisse o conselho para expor a situação. Alambra deu garantias de que a cidade não resistiria, caso os portugueses respeitassem mulheres e crianças e evitassem derramamento de sangue, disponibilizando-se para arranjar uma reunião entre seu pai, governador da cidade, e o monarca português. Assim aconteceu, o príncipe de Harume entregou as chaves da cidade a Dom Afonso III e abandonou a cidade com o seu séquito.

Já com a cidade sob o total controlo das tropas cristãs, D. João Peres de Aboim foi à procura da princesa moura por quem se havia apaixonado, mas esta havia entretanto partido com o seu povo. Como agradecimento, Alandra deixara-lhe um ramo de flores vermelhas, as quais o cavaleiro português tomou como uma lembrança de amor, decidindo por isso chamar aloendros a estas bonitas flores, cujo nome evoca ainda hoje memórias de um passado distante.

A LENDA DA IMAGEM DE SÃO TOMÁS DE AQUINO

No início do século XIX, o Algarve foi atingido por um dos muitos surtos de peste que ciclicamente fustigavam a Europa. Numa dessas ocasiões, a população farense, aterrorizada, pediu a São Tomás de Aquino (um dos santos padroeiros da cidade), que protegesse a capital algarvia da doença. Rezaram-se missas e fizeram-se preces ao santo, que parece ter escutado a população devota, pois a peste não entrou em Faro.

Em retribuição pelo milagre, o bispo do Algarve, Dom Francisco Gomes do Avelar encomendou uma imagem de mármore branco, vinda diretamente de Itália, para ser colocada no nicho do Arco da Vila. Quando chegou o momento de colocar a imagem no respetivo nicho, os operários depararam-se com um problema. A estátua do santo era muito pesada, ou talvez a técnica utilizada para a içar não fosse a mais adequada, o certo é que após seis tentativas, os homens decidiram chamar o Bispo. Conta a lenda, que Dom Francisco Gomes terá então segredado umas palavras ao ouvido da imagem de São Tomás de Aquino, ordenando em seguida que esta fosse içada de novo para o nicho, o que, para grande espanto de todos, já não levantou qualquer dificuldade. Desde então, ficou na memória do povo, não só o milagre de São Tomás de Aquino, mas também a lenda do milagre do bispo Dom Francisco Gomes de Avelar.

A LENDA DOS FIGOS DA LAVADEIRA

Numa bonita manhã de primavera, uma jovem lavadeira passava pela zona de Santo António do Alto quando viu duas esteiras de belos figos a secar ao sol. A rapariga ficou surpreendida, pois não ainda não estava na época do ano em que os algarvios secavam os figos. No entanto, estes eram de tal modo apetitosos que não resistiu e tirou uma mão cheia deles da esteira, guardando-os no bolso do vestido. Quando acabou de lavar a roupa, a jovem lavadeira regressou a casa e esqueceu-se completamente dos figos durante o resto do dia. Contudo, à noite, lembrou-se dos figos e tirou-os do bolso mas, em vez dos deliciosos figos, encontrou moedas em ouro. Surpreendida e maravilhada, a rapariga ficou toda a noite sem dormir, e lembrou-se então que tal milagre só podia dever-se a uma moura encantada que, contavam os mais velhos, era costume aparecer naquela zona. Assim, logo que amanheceu, a lavadeira saltou da cama e resolveu ir ao lugar onde havia encontrado as esteiras com os figos. No entanto, quando lá chegou, já não os viu. Conta o povo que, durante anos, a rapariga voltou ao mesmo sitio muitas vezes, sempre na esperança de encontrar os misteriosos figos que se transformavam em moedas de ouro…mas nunca mais teve tal sorte.

A LENDA DO MOURO ENCANTADO NO RIO SECO

O Rio Seco é uma ribeira que nasce na zona de São Brás de Alportel e desce, passando por por Estoi e Conceição de Faro, até desaguar na Ria Formosa a Este de Faro. A nascente da zona de Santo António do Alto, existia um campo por onde passava o Rio Seco. Era ai que todos os dias se dirigia uma jovem lavadeira de Faro. Numa bela manhã, enquanto lavava a roupa dos clientes, trauteava a sua canção favorita:

Cuidando da minha vida

Fui ao rio para lavar;

Mas logo um mouro encantado

Apareceu a meu lado

Para comigo casar.

Mas porque é mouro encantado

Rapariga Cristã não pode levar!…

Foi então que viu na agua límpida da ribeira, o reflexo de um jovem bem vestido. Levantou-se de imediato e o homem que estava em pé ao seu lado disse-lhe:

– Bom dia Joana. Posso conversar contigo?

Ela, admirada respondeu:

-Falar comigo? Você não é daqui, pois não?

-Claro que sou. E já muitas vezes te ouvi cantar.

Joana respondeu:

– Desculpe mas agora não posso conversar, tenho roupa para lavar.

– Não te preocupes – disse o homem. Se quiseres não precisarás mais de lavar roupa.

– Mas eu sou pobre, senhor, este é o meu ganha pão.

– Não importa, tu és muito bonita Joana, basta que cases comigo.

A rapariga surpreendida, respondeu:

– Peço desculpa senhor, mas preciso terminar de lavar a roupa, pois a minha mãe está à minha espera.

– Está certo Joana, mas promete que regressas amanhã para conversarmos sobre o casamento e não fales deste assunto com ninguém.

A rapariga prometeu que regressaria no dia seguinte e, um pouco assustada, partiu imediatamente para casa.

Ao longo do dia a mãe de Joana sentiu que a filha andava um pouco agitada e perguntou-lhe o que se passara. A rapariga acabou por ceder à pressão da mãe e, apesar de ter jurado segredo, contou-lhe sobre o encontro que tivera no rio seco com um senhor que lhe pedira em casamento. Foi então que uma ideia lhe ocorreu:

– É isso! Ele diz que me ouviu cantar…então deve ter sido a canção do rio que chamou por ele.

A mãe, apreensiva, lembrou-se que este talvez fosse um dos mouros encantados que, se segundo os mais velhos contavam, viviam por debaixo do rio. Ordenou então à filha:

– Amanhã vais ao rio sozinha, mas levas esta cruz. Quando o senhor te pedir para casares com ele, obriga-o a jurar sobre a cruz. Se jurar, é cristão, senão… é um mouro encantado!

Joana concordou que era uma boa ideia e na manhã seguinte assim fez, colocou um crucifixo ao pescoço e partiu para o Rio Seco. Após lavar a roupa, a rapariga sentou-se numa rocha e esperou pelo distinto cavalheiro que lhe havia aparecido no dia anterior. Quando este chegou, montando um belo cavalo, cumprimentou a jovem com um grande sorriso e perguntou-lhe:

– Já pensaste na minha proposta de casamento?

Joana respondeu:

– Decidi aceitar a sua generosa proposta mas, como sou uma rapariga de famílias pobres preciso ter certeza que tem as melhores intenções.

– Claro que sim Joana. Gosto muito de ti rapariga.

-Então jure por esta cruz que vai mesmo casar comigo.

O cavalheiro jurou, mas nesse mesmo instante um relâmpago rasgou o céu, assustando o cavalo, e logo desapareceu entre a rama das árvores sem deixar rasto.

Desde então nunca mais foi visto, mas conta o povo que todos os anos, nesse mesmo dia, à mesma hora, quem passar pelo Rio Seco ainda pode escutar o som do cavalo assustado.

Quando a rapariga chegou a casa e contou à mãe a história, esta imediatamente compreendeu o que havia sucedido. O homem era afinal um mouro encantado que, para quebrar o seu feitiço, precisava conquistar o amor de uma jovem cristã. Contudo, ao jurar pela cruz, traiu a sua religião e foi castigado por Alá!

A LENDA DA MOURA NA NORA DO RIO SECO

Numa agradável noite de primavera, poucos dias depois da tomada do castelo de Faro, passava um soldado cristão muito próximo do Rio Seco, quando ouviu duas vozes tristes. Parou e pôs-se à escuta, percebendo rapidamente que se tratava de uma conversa entre um velho mouro e uma jovem moura. O homem, angustiado, dizia:

– Lamento minha filha, mas vais ter de ficar aqui encantada.

– E será por muito tempo, meu pai? Perguntou a rapariga.

– Até que esta nora, dentro da qual mandei construir o teu palácio, seja esgotada a baldes, sucessivamente e sem intervalos. E ao mesmo tempo que proferiu estas palavras, fez uns sinais e levantou os olhos para a lua. Resignada, a jovem moura não disse uma única palavra e deixou-se lançar para o fundo da nora. Feito isto, o velho mouro desapareceu subitamente.

No dia seguinte, o soldado cristão voltou àquele lugar e viu a nora. Procurou então saber a quem pertencia o engenho mourisco e comprou-o. De seguida, pegou num grande balde e começou a retirar água da nora. Trabalhou um dia inteiro sem interrupção e, quando finalmente conseguiu ver o fundo da nora já praticamente seca, desceu através de uma corda. Mal chegou ao fundo apareceu-lhe uma grande serpente que saiu de um buraco que comunicava para a nora. Assustado com o bicho, voltou a subir pela corda e saltou para fora da nora. Nunca mais ali voltou, mas soube, alguns dias depois, que a nora estava completamente entupida, porque as suas paredes tinham caído. Ora contam os antigos que, nesse mesmo sitio, durante muitos anos continuou a aparecer uma moura encantada.

A LENDA DA SERPENTE DO RIO SECO

Segundo uma outra lenda, na zona do Rio Seco terá existido um palácio onde vivia uma linda princesa moura. Tão bonita era a princesa que, quando se assomava à janela, até os pássaros cantavam e o próprio sol parecia resplandecer com maior intensidade. Certo dia, um cavaleiro cristão acampou ali bem perto e, ao vê-la na sua varanda, logo se apaixonou. A princesa reconheceu o cavaleiro, pois um dia sonhara que ele viria salvá-la da sua solidão. Um belo dia decidiram partir juntos e viajar por outras terras mas, assim que a bela moura saiu do palácio, Alá imediatamente a encantou, transformando-a numa serpente, que ficou aprisionada para sempre num poço sem fundo. Reza a lenda que, desde então, em noites de luar, é possível escutar a serpente, com voz de mulher, chorando por desgosto de amor.

A LENDA DO AQUEDUTO DE FARO

Reza a lenda que dois mouros, um de Estoi outro de Alface, entraram em disputa pela mão da filha do Rei de Santa Maria Ibn Harun (Faro). Contavam os antigos que a princesa era de uma beleza inigualável, que resplandecia luz, iluminando tudo à sua volta. Dizia-se ainda que o que o que ela tinha de mais lindo eram os seus longos cabelos negros que, quando soltos, arrastavam pelo chão. Os cabelos eram de um negro tão profundo e tão intenso que uma noite sem luar parecia dia, quando comparada com eles.

Os dois mouros compareceram diante do rei e pediram a mão da princesa em casamento. Este que era um homem sábio e sabia tirar proveito de todas as situações, não queria ter de escolher entre dois dos seus súbditos, sobretudo sem ganhar nada com isso. Então dirigiu-se aos homens dizendo:

– A princesa é a minha única e estimada filha, não posso dar a sua mão de ânimo leve e tenho de saber que a tratam bem. Assim, casará com a princesa aquele que construir uma torre que se possa avistar da minha cidade e de onde a minha filha possa iluminar todo o seu reino, ou o que trouxer água em abundância e permanência onde a minha filha possa lavar os seus belos cabelos negros.

Os mouros depois de ouvirem a tarefa que tinham de fazer agradeceram ao rei e saíram.Na manhã seguinte o rei é informado que existe uma enorme cobra de água que jorra às portas da muralha. O monarca e os seus cavaleiros saem para descobrir a sua origem e seguem o aqueduto até à fonte de Alface, onde encontram o mouro de Alface à sua espera.

– Caro rei, aí tendes a vossa água, mostrei-me digno da tarefa. Lamento contudo que vendesses a vossa filha por um jorro de água para o vosso povo.

O rei envergonhado pelo mouro ser tão perspicaz e entender as suas reais intenções, para além de lhe dar a mão da filha em casamento tornou-o seu conselheiro oficial.

 

FONTE: Lendas retiradas da publicação “Faro Lendário”

A LENDA DO SINO DA IGREJA DE SÃO PEDRO

Há uns cem anos, ou mais, todas as noites, à meia-noite, ouvia-se tocar um sino da igreja de S. Pedro, como se fosse para a missa.

Toda a gente se encolhia com medo, resguardava-se nas suas casas, e não havia quem quisesse passar a tal hora pelas imediações da igreja.

O Prior de então, homem animoso e destemido e incomodado com o assunto, chalaceava com a história. Por fás e nefas, resolveu uma noite ir ver de que se tratava. Coragem, não lhe faltava.

Chegou ao largo de São Pedro e deparou com a porta da igreja aberta e a igreja iluminada.

– “Aqui há coisa!…” – pensou

E entrou, com todo o cuidado na igreja.

Junto ao altar, lá ao fundo, estava um padre paramentado.

Avançou pela nave central até junto dele.

E, então assustado, o corpo tremendo, ouviu estas palavras:

– Obrigado por ter vindo. Há muitos anos que eu aqui venho todas as noites para celebrar missa, de que recebi a esmola e não cheguei a celebrá-la em vida. Mas, fui condenado a não poder celebrá-la sem que aparecesse acólito. Agradeço-lhe que me ajude e aviso-o de que deve sair antes da bênção. Não esqueça, Reverendo! Saia antes da bênção!

O pároco ficou próximo do altar, acolitando aquela alma que rezava a missa.

A missa celebrou-se.

Pode-se calcular como o prior ajudaria àquela missa, apesar de todo o seu sangue frio.

Quando se aproximou a bênção, dirigiu-se pressuroso para a porta e, apenas a tinha transposto, ela fechou-se brutal e sonora, e a luz apagou-se repentinamente no interior do templo.

De seguida, já se encontrava fora da igreja de São Pedro, o bom do pároco, vidrado de medo, ainda ouviu um estrondo medonho, como de trovoada se tratasse.

E… nunca mais se ouviu tocar o sino à meia-noite.

A não ser quando algum vivo o toca!…

Esse sino pequeno, do lado externo da torre tem esculpida uma imagem de santo com uma criança pela mão (talvez S. José) e do outro lado uma cruz. Também se lê nele uma inscrição:

“SANTOS, JOSÉ, ME FEZ, NO ANNO DE 1767”

 

(Contada pelo Professor Pinheiro e Rosa)

Fonte: Página no Facebook: Fotos de Faro antigo